Fashionistando

Cinco mulheres que marcaram a história da realeza britânica

Texto: Tati Barros

Não posso negar: estou com a ansiedade nas alturas para o casamento real entre o príncipe Harry e Meghan Markle e motivos para isso não faltam! Harry sempre foi uma das figuras mais interessantes da casa Windsor, sempre cheio de personalidade e carisma, algo que lembra muito a sua mãe, a icônica Lady Di.

E aí, quis o destino que ele se unisse a uma atriz americana, divorciada, feminista, negra e que tem tudo para dar um novo ar à família mais tradicional do mundo. Sim! Eu amo Meghan e aqui eu falo um pouco mais sobre por que ela é uma princesa digna do nosso século.

Mas não é exatamente para falar desse assunto que estou aqui hoje. Ou mais ou menos! Inspirada pela noiva do ano, eu me peguei pensando em todas as mulheres cheias de personalidade e poder que fizeram parte da história da realeza britânica e o quanto a nossa geração também pode se inspirar nelas.

Como toda lista, é claro que essa também pode deixar alguém de fora, mas tentei reunir algumas das minhas preferidas! Vamos lá?

Ana Bolena

Começo lá nos anos 1500 com uma das personagens mais marcantes de toda a história britânica. Afinal, essa é a mulher que fez Henrique VIII simplesmente romper com a igreja católica e fundar a igreja Anglicana. Mas muito mais do que isso! Ao contrário do que a história tentou contar, que se tratava de uma mulher adúltera e que cometeu incesto, na verdade, Bolena era extremamente forte e teve como “pecado” o fato de tentar se impor entre os homens poderosos e fazer política de alguma forma. É claro que ela incomodou e, como não deu o filho varão que o rei tanto desejava, não foi difícil para seus inimigos derrotá-la!

Assista: a série The Tudors dá um bom panorama sobre esse capítulo da história. O filme “A Outra”, embora se distancie mais da realidade, é uma obra deliciosa sobre essa personagem intrigante.



Elizabeth I

Eu poderia dedicar o texto inteiro apenas para falar e enaltecer essa rainha! A minha preferida de todas, Elizabeth tem uma das histórias mais incríveis possíveis. Filha de Ana Bolena e Henrique VIII, ela foi considerada bastarda após a decapitação da mãe. Quando a irmã Mary I assumiu o trono, ela foi presa na torre de Londres, onde ficou por anos, já que a soberana católica tinha medo da irmã protestante tentar assumir o trono. Como Mary morreu sem deixar herdeiros, Bebeth foi coroada e aí sim, meus caros, começou a Era de Ouro na Inglaterra.

Imagina o que era ser rainha no século 16? Ela era pressionada por todos os lados para casar com um bom partido e, acredite, candidatos a isso não faltaram. Mas a rainha decidiu que não precisava de um homem para reinar ao seu lado e que seu único casamento seria com a coroa. Por isso, ela foi considerada a “Rainha Virgem”, algo que claramente ela não era, diga-se de passagem, já que teve seus amores ocultos. Mas o fato que importa mesmo é que durante as suas quatro décadas de reinado, Beth elevou a Inglaterra a uma potência e foi durante a era Elizabetana que o país também prosperou culturalmente, tendo como contemporâneos nomes como William Shakespeare.

Assista: O filme “Elizabeth” – a era de Ouro”, estrelado pela diva Cate Blanchett, conta um pouco do reinado da Rainha Virgem, suas paixões e rivalidade com a sua prima, a rainha Mary I da Escócia.



Vitória

Pulamos para o século 19 e temos uma rainha que assumiu o trono com apenas 18 anos, após o tio morrer sem deixar herdeiros. E Vitória foi a segunda monarca que mais tempo ficou no trono, atrás apenas da atual rainha, Elizabeth II. Foram 63 anos de reinado, em uma época que ficou conhecida como a Era Vitoriana e que foi importante para o desenvolvimento do país, especialmente nas áreas da ciência e da cultura.

Mas uma das coisas que mais amo nessa rainha, devo confessar, é sua história de amor com o príncipe Albert. Embora tenha dito certa vez que era quase impossível ser rainha e esposa ao mesmo tempo, ela soube bem unir esses dois papéis. E ela contrariou a história, até então, e casou por amor e não por conveniência política. E foi ela quem o pediu em casamento! Rainha, né mores?! E sabe o que é engraçado? Ela simplesmente odiava ficar grávida, mesmo tendo tido nove filhos, e achava nojento amamentar (dizia que não era vaca para isso!). Peculiaridades da soberana que ficou conhecida como a avó da Europa, já que seus filhos casaram-se com herdeiros de diversos tronos do continente e ela teve nada menos do que 42 netos.

Assista: O filme “A Jovem rainha Vitória” conta o início da história de amor entre ela e o príncipe Albert. A série “Vitoria – a vida de uma rainha” também aborda esse tema e os seus primeiros anos de reinado.



Elizabeth II

Chegamos a uma das personagens mais fortes e famosas de todo o século 20. A rainha que por mais tempo reinou – e continua firme e cheia de estilo – nem mesmo era para estar na linha de sucessão ao trono, sabia? O que aconteceu é que seu tio, Eduardo VIII, então rei da Inglaterra, abdicou do trono para se casar com a plebeia americana, que era duas vezes divorciada, Wallis Warfield Simpson. Com isso, o pai de Elizabeth assumiu o trono e, com sua morte, já sabemos o que aconteceu.

E aí, a Inglaterra ganhou uma rainha forte, que serviu na Segunda Guerra Mundial, onde trabalhou como mecânica e motorista. E essa paixão por carros está presente até hoje e, vira e mexe, ela é vista dirigindo na Inglaterra e na Escócia.

Bom, embora tenha tido altos e baixos quanto à sua popularidade durantes esses anos (especialmente com a morte da Lady Di), fato é que Lilibeth comandou a família real com punho forte, tem uma personalidade única e é, inquestionavelmente, um dos nomes mais importantes de toda a história britânica. “God save the Queen”.

Assista: a série “The Crown” é uma das joias da Netflix e tem a incrível Claire Foy nas duas primeiras temporadas, interpretando os primeiros anos de reinado da rainha.



Lady Di

Não teria como encerrar essa lista sem a personagem mais carismática que a família real já teve. Com a sua trágica morte, em 1997, nasceu uma lenda que até hoje vive no imaginário das pessoas. Especialmente com o casamento do seu filho mais novo, é impossível não falar dela: a princesa do povo.

Diana é a representação do quão cruel é fazer parte dessa família. Ela sofreu com um casamento infeliz sem amor, com a perseguição da mídia (tudo bem que ela alimentou por muito tempo esse interesse), com as regras da realeza, com a bulimia e tanto mais. Mas também exibia pelo mundo sua generosidade em campanhas solidárias, especialmente aquelas ligadas à AIDS. Diana é um mito, daqueles que parecem saídos da ficção. E quem não adoraria vê-la bem deslumbrante ao lado dos filhos e netos no próximo sábado?

Assista: Na Netflix, você encontra os documentários “The story of Diana” e “Lady Di – as últimas palavras”. Indico os dois, já que um complementa bem o outro.

Veja também o vídeo sobre a exposição “Diana: Her Fashion Story”, produzido por Fabíola Paiva e Ludmilla Rangel, editoras do Fashionistando.



E você acha que Meghan merecerá, daqui alguns anos, fazer parte dessa lista? Aguardemos!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

Categorias:
CulturaRadar

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ana maria

Foram vários filmes contando a vida de Elizabeth I, dentre eles um com Glenda Jackson.

victor

Grandes mulheres! Ana Bolena e Diana marcaram a história da realeza britânica e do mundo.